4. Almaceda (Castelo Branco)

Ara em granito da região, recolhida nas proximidades da Ribeira do Muro, freguesia de Almaceda. Apesar do monumento estar completo, o campo epigráfico encontra-se gravado a pouca profundidade, talvez desgastado pela utilização dada à pedra. Encontra-se actualmente no Museu Nacional de Arqueologia.
Leitura: [S]EVERA / SAELGI F(ilia) / TUTELAE / V(otum) A(nimo) L(ibens) S(oluit)
Tradução: Severa, filha de Saelgo cumpriu de bom grado o voto feito a Tutela
Comentário: Quando em 1981 nos referimos pela primeira vez a esta inscrição, erradamente a interpretamos como dedicada a uma divindade supostamente indígena, Evera. Analises posteriores que efectuamos ao monumento, permitiu rectificar então a leitura anteriormente apresentada e que publicamos no jornal local “Reconquista”.
Estamos assim perante um novo culto à deusa Tutela, cujas características deverão ter sido com carácter geral ou benfazeja[1].
Sobre a onomástica aqui registada, Severa é o feminino de um cognome latino documentado na região.[2] Saelgi, genitivo de Saelgus, é pouco frequente na epigrafia desta zona[3].
Estamos assim perante um novo culto à deusa Tutela, cujas características deverão ter sido com carácter geral ou benfazeja[1].
Sobre a onomástica aqui registada, Severa é o feminino de um cognome latino documentado na região.[2] Saelgi, genitivo de Saelgus, é pouco frequente na epigrafia desta zona[3].
Bibliografia: Joaquim Gonçalves Machás, Nos tempos em que já lá vão – Almaceda e outros nomes de lugares desta freguesia, “Estudos de Castelo Branco”, Vol. 24, Castelo Branco 1967, pp. 13-25
Manuel Leitão, Contributo para o estudo das divindades indígenas da Beira Baixa na época romana – Duas novas aras, “Trebaruna”, Vol. I, Castelo Branco 1981, pp. 51-58
Manuel Leitão, Ainda sobre a inscrição de Almaceda, in Semanário “Reconquista”, Castelo Branco 10.V.1985, p. 5
Manuel Leitão, Vestígios romanos do Concelho de Castelo Branco, “Trebaruna”, Vol. III, Castelo Branco 1994, p. 26
Manuel Leitão, Contributo para o estudo das divindades indígenas da Beira Baixa na época romana – Duas novas aras, “Trebaruna”, Vol. I, Castelo Branco 1981, pp. 51-58
Manuel Leitão, Ainda sobre a inscrição de Almaceda, in Semanário “Reconquista”, Castelo Branco 10.V.1985, p. 5
Manuel Leitão, Vestígios romanos do Concelho de Castelo Branco, “Trebaruna”, Vol. III, Castelo Branco 1994, p. 26
------------------------
[1] Júlio Mangas, Religiones Indígenas en Hispânia, in “Historia de España Antigua”, Tomo II, Hispânia romana, Madrid 1978, pp. 579-611
[2] Fernando Patrício Curado, Fragmento de ara de Aldeia de Santa Margarida, “Ficheiro Epigráfico”, Nº. 17, inscrição 78, Coimbra 1986.
[3] José Manuel Garcia, Epigrafia Lusitano-Romana do Meuseu Tavares Proença Júnior, Castelo Branco 1984, p.116. Corrige a leitura apresentada por João Ribeiro a uma inscrição funerária proveniente da Lousa. Turacia / Saelgi F(ilia) /Status Hi(c) / Est
[1] Júlio Mangas, Religiones Indígenas en Hispânia, in “Historia de España Antigua”, Tomo II, Hispânia romana, Madrid 1978, pp. 579-611
[2] Fernando Patrício Curado, Fragmento de ara de Aldeia de Santa Margarida, “Ficheiro Epigráfico”, Nº. 17, inscrição 78, Coimbra 1986.
[3] José Manuel Garcia, Epigrafia Lusitano-Romana do Meuseu Tavares Proença Júnior, Castelo Branco 1984, p.116. Corrige a leitura apresentada por João Ribeiro a uma inscrição funerária proveniente da Lousa. Turacia / Saelgi F(ilia) /Status Hi(c) / Est